quinta-feira, 15 de maio de 2014

Reflexão sobre post no Facebook








Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades”. (Boaventura de Sousa Santos)


Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de pessoas que se declara negra hoje no Brasil representa 6,9% da população total do País. Ao mesmo tempo, 42,6% dos brasileiros se dizem pardos. Muitos até tem orgulho de sua cor sua raça, mas "muita gente tem vergonha". Enquanto uns “tem vergonha”, outros até admiram e gostariam de ser negro, assim como a menina do vídeo.
É interessante também perceber o comentário das pessoas ao saber, alguns indignados e outros até apoiam. Isso, faz refletir como o preconceito da sociedade ainda está muito presente atualmente, porque mesmo ela sendo uma criança não aceitam a sua posição.
A questão étnico-racial é ainda árdua e ainda é muito discutida com a profundidade que merece, reflexo de um processo político, desencadeada no período escravização e o trabalho livre, no qual todos seríamos brasileiros e não brancos, negros, indígenas. A nacionalidade (o que supostamente nos tornaria iguais) seria mais forte do que as variações étnicas – nossas diferenças.
A população negra, junto com a indígena, encontra-se nos piores índices de desenvolvimento humano no país - vida, saúde, escolaridade, trabalho, segurança e etc - ou seja, a nacionalidade não garantiu igualdade e as diferenças continuaram a ser usadas estrategicamente como determinantes para a exclusão.
Ainda é freqüente ouvirmos que no Brasil não existe preconceito racial e sim preconceito socioeconômico, o que seria o mesmo a afirmar que certos grupos são então incapazes naturalmente de se autofirmarem. 
Enfim, devemos é colocar os debates que são frequentemente usados na sala de aula em prática, pois só assim o discurso que temos hoje sobre essa e outras questões irão mudar.

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