“Temos o
direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e
temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos
descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as
diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou
reproduza as desigualdades”. (Boaventura de Sousa Santos)
Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
quantidade de pessoas que se declara negra hoje no Brasil representa
6,9% da população total do País. Ao mesmo tempo, 42,6% dos
brasileiros se dizem pardos. Muitos até tem orgulho de sua cor sua
raça, mas "muita gente tem vergonha". Enquanto uns “tem
vergonha”, outros até admiram e gostariam de ser negro, assim como
a menina do vídeo.
É
interessante também perceber o comentário das pessoas ao saber,
alguns indignados e outros até apoiam. Isso, faz refletir como o
preconceito da sociedade ainda está muito presente atualmente,
porque mesmo ela sendo uma criança não aceitam a sua posição.
A
questão étnico-racial é ainda árdua e ainda é muito discutida
com a profundidade que merece, reflexo de um processo
político, desencadeada no período escravização e o trabalho
livre, no qual todos seríamos brasileiros e não brancos, negros,
indígenas. A nacionalidade (o que supostamente nos tornaria iguais)
seria mais forte do que as variações étnicas – nossas
diferenças.
A
população negra, junto com a indígena, encontra-se nos piores
índices de desenvolvimento humano no país - vida, saúde,
escolaridade, trabalho, segurança e etc - ou seja, a nacionalidade
não garantiu igualdade e as diferenças continuaram a ser usadas
estrategicamente como determinantes para a exclusão.
Ainda
é freqüente ouvirmos que no Brasil não existe preconceito racial e
sim preconceito socioeconômico, o que seria o mesmo a afirmar que
certos grupos são então incapazes naturalmente de se
autofirmarem.
Enfim, devemos é colocar os debates que são frequentemente usados na sala de aula em prática, pois só assim o discurso que temos hoje sobre essa e outras questões irão mudar.
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