segunda-feira, 14 de abril de 2014

Cabelo, Cabelo meu...!


A reportagem na qual me baseei para mostrar minha reflexão, tem  como título "O cabelo que me pentei vêm de África". Achei muito interessante, porque não é de hoje que nós negros sofremos preconceito, por nossa cor, classe social e até mesmo por noss aparência. O padrão de beleza que nos é imposto atualmente é ser magra e ter cabelos lisos. Essa imposição faz muitas das vezes sermos impulsionadas a mudarmos radicalmente nosso visual, principalmente nossos cabelos, passamos a esconder nossas raízes por uma pressão da sociedade.

Sempre tive muito orgulho dos meus cachos e sempre soube qual era o "pente que me penteava", claro, que assim como a pessoa da reportagem fui reprimida diversas vezes, por minha mãe principalmente que queria mais do que eu esconder minhas origens, fazendo de tudo para "amansar o leão", como ela mesmo dizia, mas depois que cresci não queria saber de outra coisa que não fosse soltar meus cachos, vi muitas amigas se esconderem em diversos tipos de alisamentos, mas isso nunca encheu meus olhos.

Por trás de todo esse dilema, existe uma vasta história e também uma memória construídas no contexto das relações raciais e do racismo brasileiro e que até hoje nos rodeia. A discussão sobre a importância do trato do corpo negro e sobre os processos de opressão que o mesmo tem recebido ao longo da história pode vir a ser uma rica atividade pedagógica a ser desenvolvida com os alunos e as alunas em sala de aula, possibilitando debates e atividades sobre a história e a cultura afro-brasileira. Nesse processo, um estudo sobre o negro, o cabelo crespo e as práticas corporais pode ser um bom caminho.


Reflexão baseada na reportagem: "O pente que me penteia vêm de África: Histórias de identidade racial e afetividade" por Luana Soares  http://www.geledes.org.br

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